A China, antes da chegada dos portugueses, era uma cultura essencialmente comerciante, a qual trocou o comercio terrestre pelo marítimo no inicio do séc. XII. A invasão bárbara (os mongóis) permitiu o desenvolvimento das tropas chinesas a nível marítimo e um franco desenvolvimento do seu comércio marítimo, apesar de este ser considerado desonroso. Quando os portugueses estabeleceram relações com a China, viram um império num nível de desenvolvimento bastante avançado que facilmente resistiriam à invasão portuguesa pela força das armas, e por isso, decidiu-se estabelecer o contacto pela via diplomática. Ao analisarem o nível de desenvolvimento do império chinês, a sua coesão social e estrutural, bem como os ideais em que o império assentava, os portugueses ficaram deslumbrados e criaram segundo o que viram da população chinesa um modelo a seguir visto que o seu atraso evolutivo nem tinha comparação com o processo evolutivo que os chineses já possuíam. Os chineses, por seu lado, receberam com alguma desconfiança o povo lusitano, uma vez que tinham medo de uma nova invasão bárbara, e as diferenças culturais significativas não contribuíam inicialmente para a diminuição dessa desconfiança. Viam o povo português (como de facto era), como um povo inferior. Contudo, essa desconfiança acabou num entendimento pacífico, uma vez que o povo lusitano passou a respeitar a soberania chinesa. A morte do imperador chinês veio pôr fim às relações comerciais que Portugal mantinha na China. O novo Imperador expulsou os portugueses do território chinês, o que prejudicou largamente o comércio português, não só nas trocas comerciais que mantinha com a China, mas também na parte bélica, onde os piratas tiveram a sua grande oportunidade de ataque às frotas portuguesas. Concluindo, enquanto os portugueses procuravam o lucro pessoal, o enriquecimento fácil, servindo-se do falso pretexto de servir o rei e Deus, a imensa maioria dos chineses vivia realmente para servir seu imperador e a grandeza da China. Os chineses tinham um rígido código de conduta militar e moral, seguido em maior ou menor grau dependendo do indivíduo. Seja como for, apesar das dificuldades, o comércio com a China foi um negócio lucrativo que incrementou os produtos transportados pela Carreira da Índia e, depois de seu declínio, chegou até mesmo a garantir a sobrevivência da rota. |
Ciência antiga chinesa:
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Na cultura chinesa não se pode falar propriamente em religião, mas sim em filosofias de vida, à semelhança da cultura japonesa. Primeira e antigamente, a religião chinesa era uma religião politeísta com divindades da Natureza e uma prestação ao culto dos antepassados/ancestrais. O Confucionismo (religião explicada na civilização japonesa) e o Taoísmo são consideradas religiões chinesas. Inicialmente ensinadas como filosofias de vida, houve uma inserção metafísica nos seus significados mais gerais, e passaram a ser consideradas religiões. O Cristianismo também é uma religião presente na cultura chinesa, mas pouco influente comparada com o Confucionismo, Taoísmo e Budismo. Contudo tem vindo a ganhar ao longo dos últimos 200 anos uma pequena influência entre o povo chinês. |
Na cultura chinesa não se pode falar propriamente em religião, mas sim em filosofias de vida, à semelhança da cultura japonesa. Primeira e antigamente, a religião chinesa era uma religião politeísta com divindades da Natureza e uma prestação ao culto dos antepassados/ancestrais. O Confucionismo (religião explicada na civilização japonesa) e o Taoísmo são consideradas religiões chinesas. Inicialmente ensinadas como filosofias de vida, houve uma inserção metafísica nos seus significados mais gerais, e passaram a ser consideradas religiões. O Cristianismo também é uma religião presente na cultura chinesa, mas pouco influente comparada com o Confucionismo, Taoísmo e Budismo. Contudo tem vindo a ganhar ao longo dos últimos 200 anos uma pequena influência entre o povo chinês. |
É complicado referir a presença de Portugal na antiga China uma vez que a herança cultural deixada é pouco conhecida e divulgada. Nos locais mais importantes da China (nomeadamente Macau, Hong Kong, Xangai e locais litorais) sente-se uma forte presença de um património português visto que eram zonas mercantis onde os barcos portugueses que chegavam ao Oriente faziam trocas comerciais, contribuindo para a formação de pequenas comunidades de luso-descendentes nesses pontos comerciais. Existem vários monumentos edificados aquando da presença portuguesa na China. Monumentos como os jardins Vasco da Gama, Luís de Camões ou da Vitoria (que são actualmente considerados património da Humanidade pela UNESCO), bem como o estilo arquitectónico português presente em igrejas construídas ao longo da costa chinesa por parte do movimento religioso tomado pelos jesuítas no Oriente. Ainda no continente chinês está ainda de pé na ilha de Sanchoao uma pequena capela junto ao primeiro túmulo de São Francisco Xavier, cujos restos mortais estão agora em Goa. Mas não só de edifícios se faz a herança cultural nacional na Ásia. A gastronomia, a língua, a arte sacra e a religião estão também presentes no leque das tradições que os portugueses deixaram na região. |